O mês de outubro é popularmente conhecido como o mês de prevenção do câncer de mama, e nele diversas ações educacionais de orientação e incentivo ao cuidado com a saúde são realizadas no mundo inteiro, chamando a atenção das mulheres para a prevenção e detecção precoce da doença.
O câncer de mama é um tumor extremamente frequente: uma em cada oito mulheres será acometida por ele em algum momento da vida, com maior prevalência nas mulheres acima de 50 anos. Além da sua grande incidência, ele também tem alto índice de mortalidade no Brasil e no mundo. Assim sendo, toda ação que ajude a mudar essa estatística é bem-vinda e necessária.
Visando à detecção precoce, toda mulher deve conhecer o seu corpo, para que qualquer alteração seja um sinal de alerta para a procura de auxílio e orientação médica adequada. O autoexame não necessita de qualquer técnica sofisticada ou período ideal do mês para sua realização.
Os exames para diagnóstico do câncer de mama
A mamografia de rastreio é o exame padrão ouro no diagnóstico, tem impacto na redução de mortalidade por câncer de mama e deve ser realizada anualmente por todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade.
A ultrassonografia pode ser utilizada de forma complementar, bem como a ressonância de mamas, que se faz necessária em determinadas situações específicas. Embora algumas diretrizes definam sua realização até os 75 anos, a expectativa de vida de cada pessoa tem maior valor que a idade cronológica isoladamente e as mulheres com expectativa maior que 5 anos devem conversar com seus médicos e seguir o cuidado e atenção com as mamas.
Infelizmente, na população idosa, o subdiagnóstico ou o diagnóstico mais tardio do câncer de mama, associado muitas vezes à não indicação de tratamento, faz com que a mortalidade pelo câncer de mama nessa população seja maior. Dessa forma, o rastreio é interrompido antes do preconizado ou não realizado e o tratamento oncológico considerado “agressivo” deixa de ser proposto.
A importância do diagnóstico precoce
Quanto mais cedo o câncer de mama for diagnosticado menor será a necessidade de tratamentos agressivos e tóxicos e maiores serão as chances de cura, principalmente nos estágios iniciais da doença. A idosa com câncer pode ter benefícios de tratamentos seguros e curativos.
Mulheres com história familiar de câncer de mama em parentes de 1° grau com idade inferior a 50 anos (mãe, irmã), história de câncer de mama bilateral ou ovário em qualquer idade ou câncer de mama masculino devem iniciar seu acompanhamento e rastreio mais precocemente e receber orientação sobre à susceptibilidade hereditária.
O tratamento ideal deve ser individualizado e dependerá de diversos fatores, como a idade da paciente, características do tumor, extensão da doença, e podem englobar cirurgia, quimioterapia, radioterapia e anti-hormônio.
Manter hábitos de vida saudáveis, como dieta equilibrada, atividade física regular, manutenção de peso adequado, abstinência tabagista e restrição de ingestão alcoólica, são fatores importantes tanto na prevenção quanto na diminuição do risco de recorrência da doença.
Que o mês de outubro seja sempre símbolo de saúde e cuidado, que todas as mulheres tenham acesso aos exames necessários e que todos os meses do ano sejam rosa, fortalecendo o combate ao câncer de mama.
Por Dra. Theodora Karnakis, da Comissão de Oncogeriatria da SBGG, e Dra. Andrea Shimada, oncogeriatra.
Fonte: Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)