Conheça as principais causas e consequências de quedas de pessoas idosas e saiba como se prevenir
A adoção de hábitos de vida mais saudáveis tem aumentado a longevidade no Brasil. A pessoa idosa não carrega mais aquela imagem de alguém doente, debilitado e dependente, mas isso não quer dizer que essa fase da vida não requeira cuidados especiais. A queda em idosos ainda representa um risco alto para a saúde.
Segundo a Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (Sbait), no mundo, a cada segundo, pelo menos um idoso sofre uma queda, seja em casa ou na rua. Os dados apontam que um em cada quatro idosos já sofreu uma queda.
Após os 60 anos, é natural que o corpo humano apresente falta de equilíbrio, fraqueza muscular e redução da capacidade funcional. Por isso, é fundamental conhecer as causas mais comuns, entender a gravidade desses acidentes e, principalmente, o que fazer para evitar as quedas.
Quais as consequências da queda de idosos?
Para os idosos, as quedas trazem consequências graves, inclusive a morte. Além de fatais, esses acidentes podem também gerar danos físicos e psicológicos ao idoso, comprometendo a qualidade de vida. Portanto, todo cuidado é pouco!
Se mesmo com todos os cuidados o idoso sofrer uma queda, é fundamental saber como agir em tal situação. Realizar o socorro de forma ágil é essencial: as chances de sequelas são muito menores quando o atendimento é realizado em até uma hora.
As quedas podem gerar escoriações e lesões; fraturas no fêmur (quadril) e nos membros superiores (ombro e punho), traumatismo craniano. Além disso, a falta de mobilidade e a dependência do período pós-queda podem acarretar acúmulo de secreções nos pulmões, pneumonia, distúrbios gastrointestinais, infecção do trato urinário, diminuição do fluxo sanguíneo, osteoporose, AVC e até demência.
Mais além do físico, as consequências psicológicas das quedas podem gerar situações limitantes para os idosos. A Síndrome Pós-Queda, um pavor descontrolado de andar novamente, e a Ptofobia, medo de cair, de assumir postura de pé ou de andar, podem surgir nos idosos acidentados.
Em virtude do medo, os idosos reduzem suas atividades do cotidiano, diminuindo o condicionamento físico e gerando um círculo vicioso que traz mais propensão às quedas. O isolamento também pode acarretar um quadro de depressão.
Nesse caso, o apoio da família é fundamental para não reforçar o medo da queda. É preciso que os riscos sejam diminuídos para que novos acidentes sejam evitados. Mas é preciso também se ter cuidado em não restringir a pessoa de sua vida social, impactando na qualidade de vida.
Quatro principais fatores que causam a queda de idosos e como evitá-los:
1 – Ambiente inadequado
Garantir um ambiente adequado para a locomoção do idoso pode ajudar a reduzir o risco de quedas. Piso escorregadio, objetos espalhados pelo chão, tapetes, má iluminação, ausência de corrimão para apoio, etc. são os grandes vilões, responsáveis por cerca de 54% das quedas em idosos.
Procure deixar os cômodos com menos móveis e objetos que possam se tornar obstáculos; capriche na iluminação e garanta que o piso esteja sempre seco e sem tapetes (ou com antiderrapantes). Se possível, ajuste a altura da cama e do vaso sanitário e instale barras de apoio em locais estratégicos (paredes, no banheiro, perto da cama do idoso, entre outros).
O uso de calçados bem ajustados, com solas firmes e não derrapantes, que tenham algum suporte para o tornozelo e saltos baixos são os melhores para o idoso. Se necessário, não tenha vergonha de utilizar bengalas ou andador.
2 – Consumo incorreto de medicamentos
O uso incorreto de medicamentos, especialmente calmantes, diuréticos, sedativos, antidepressivos e anti-hipertensivos, pode causar diversos efeitos colaterais ao idoso.
Caso tenha sinais de tontura, sonolência e queda de pressão, fique atento, levante-se vagarosamente após estar sentado ou deitado e espere um momento antes de começar o movimento. Isto pode ajudar a evitar a tontura, porque dá ao corpo tempo para ajustar a mudança de posição.
Para reduzir os riscos, realize consultas médicas e exames de rotina periodicamente e analise os medicamentos em uso. Lembre-se de se manter hidratado e ter uma alimentação balanceada.
3 – Sedentarismo
Idosos que não praticam nenhuma atividade física têm mais chances de sofrer uma queda do que aqueles que praticam. A falta de agilidade para caminhar, sentar e levantar também é um fator de risco para a queda em idosos. Procure movimentar o corpo e praticar atividades físicas que fortaleçam a musculatura e aumentem o equilíbrio e a flexibilidade.
4 – Doenças crônicas e agudas
Doenças crônicas e agudas são fatores de risco que podem levar à queda de idosos. Parkinson, Alzheimer, demência, confusão mental e dores crônicas (fibromialgia, lombalgia, osteoartrite, etc.) comprometem a locomoção e fragilizam o idoso, propiciando uma maior facilidade de acidentes.
Fazer revisões regulares da visão, o uso de óculos adequados, bem como o tratamento para glaucoma ou catarata, que limitam a visão, pode ajudar a evitar quedas.